quarta-feira, 6 de maio de 2009

Tipologia textual X Gênero textual: Diferenças

Tipologia textual é basicamente tudo o que é escrito, mas constantemente recebe o nome de redação ou composição textual.Existem os três tipos básicos mais conhecidos, que são a Narração (base em fatos);Descrição(base em caracterização);Dissertação(base em argumentação); Exposição; Argumentação;Ensaio.

A Descrição ocorre quando enumeramos as qualidades, os traços físicos e morais de uma pessoa com exatidão e vivacidade de cores, que o ouvinte ou leitor tem a impressão de ver a pessoa retratada.

A Exposição aparece todas as vezes que discorremos acerca de um assunto; quando discutimos uma ideia, um plano; que damos a nossa impressão a respeito de um homem ilustre.

O Ensaio é a exposição metódica dos assuntos e das conclusões originais que um autor conseguiu obter a respeito de um assunto de interesse comum.Seu objetivo é a originalidade dos pensamentos do estudo, das conclusões conseguidas.

A Argumentação ocorre quando raciocinamos, enumerando uma longa série de argumentos com fito de convencer alguém da verdade ou da falsidade de um asunto, não fazemos nada mais do que argumentar.Na argumentação se busca convencer, destruindo as razões que em contrário nos possa oferecer o adversário.



Gênero textual , refere-se às diferentes formas de expressão textual.Exemplos:carta, poesia, crônicas, contos, prosa, e -mail, entre outros.

Poesia

A rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

Vinicius de Moraes

Crônica


O Homem Nu (Fernando Sabino)

Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vemaí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum

.— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomarum banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da águado chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certaa mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com eleali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regimedo Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta!

Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.

— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era: era o cobrador da televisão.

Bibliografia:

BUENO,Francisco da Silveira: A arte de escrever. Editora meca


Confesso que quando o professor solicitou essa breve pesquisa, fiquei curiosa para saber o que era tipologia textual e gênero textual.Entretanto eu já conhecia, mas não por esses nomes, rsrsrs......
Para vcs queridos colegas muitos beijos e até o próximo post.


X.O.X.O.

Um comentário:

  1. Tici, vc fez um síntese interessante, mas gostaria de levantar algumas questões para que possa refletir melhor:
    1. Quais as fontes utilizadas para a pesquisa? É fundamental colocá-las.
    2. Quais são as relaçoes entre gênero e tipos de texto? Eles independem um do outro? Seria interessante explicar com maiores detalhes.
    3. Que tal colocar alguns exemplos de gêneros textuais?

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